sábado, 24 de maio de 2008

Na Sibéria não tem nada disso

Finalmente!

Mal consigo conter-me de tanta alegria ao voltar a redigir algumas centenas de caracteres em meu humilde blog. A saudade estava grande, mas é preciso cortar o sentimentalismo e sem muitas delongas, ir de imediato à treta...

A primeira pergunta que vêm à mente daqueles que lêem esse meu post (ou aqueles que visitaram o blog após o dia 7 de maio) é: Mas afinal, o que não tem na Sibéria? Explicarei-lhes. Lá, não tem restaurantes de frutos do mar, lojas que vendam regatas e também não tem a Marcha da Maconha. Se tiver alguma marcha, é dos pingüins, como no filme.

O dia 4 de maio de 2008 marcou uma sucessão de equívocos por parte de alguns governantes brasileiros, demonstrando que ainda não usufruimos de um país democrático, onde o povo tem voz. As capitais dos estados da Bahia, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, e claro, o Distrito Federal foram emudecidas pela hipocrisia e tiveram a Marcha da Maconha proibida por determinação da justiça.

Por quê um evento onde o consumo da erva é proibido (dessa vez, não por autoridades), a participação é restrita à pessoas com idade penal, além de ser assistido por centenas de militares perdeu sua força nos Estados que citei? Realmente, a discussão sobre a legalização da maconha não deve tomar um espaço tão importante na agenda de políticos. Pra quê discutir com a plebe se é possível continuar calando a população e continuar exercendo uma política ditatorial?!

O pior é que essa mentalidade não é restrita aos governantes. Entre a sociedade, aquele que faz uso recreativo ou medicinal da erva é taxado de criminoso e deveria ser enclausurado, pois não age de acordo com os padrões do bom convívio impostos. Está na hora de evoluírmos como Digimons. Discutir.

Poucos sabem, mas a maconha é o nome de uma planta, que, além de produzir fumo é utilizada em países como a Inglaterra, França e Estados Unidos para produzir fibras têxteis, óleos bio-combustíveis, peças automotivas, cosméticos, medicamentos, entre outros produtos. Seu nome é associado ao fumo difundido mundialmente, que no Brasil, recebe o mesmo nome da planta.

O termo legalização ainda necessita uma avaliação acerca do seu teor. Essencialmente significa "fazer com que uma conduta seja regulada por uma Lei específica”. Não estou aqui defendendo que passemos a aceitar a comercialização de forma regulamentada, com crachás e com direito à Serviço de Atendimento ao Consumidor. Acredito que regular condutas com o uso e cultivo da maconha para consumo próprio, além de podar e punir os excessos, seria um início de conversa. Tais iniciativas podem ser consideradas Legalizações, porque buscariam lidar com as suas realidades singulares com Leis específicas.

Mas como uma vez já se ouviu de um poeta: "Intenção é ruim, esvazia o lugar". Na marcha realizada em Porto Alegre, menos de dez pessoas estavam presentes. Talvez o tempo frio e carrancudo tenha afastado os manifestantes. Talvez, se o dia estivesse lindo, com direito à gaivotas e muitas famílias na praça, a polícia teria afastado os manifestantes. Ou, por quê não, os próprios manifestantes não estejam preparados para discutir com seriedade esse assunto. É provável que muitos dali não tenham nenhuma opinião formada e só desejem tranquilidade para dar o seu dois.

Enquanto essa visão persistir, será difícil sentar e conversar sobre um assunto cheio de dados, porém com poucas informações.

Particularmente, cansei de pobreza. Vou ganhar em Euro.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A vontade de postar no Muita Treta é imensa, mas os recursos, escassos.








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