terça-feira, 30 de junho de 2009

Diploma

Foi pro saco o pedacinho de papel que denomina os profissionais de jornalismo como tal. Profissionais. Uma tremenda bobagem e falta do que fazer de um chinelão chamado Gilmar Mendes.

O exemplo que todo mundo usa é o do médico: "Imagina só ser atendido por um médico que não tem CRM". É mesma coisa que ser examinado por um açougueiro ou um outro profissional qualquer. Outro exemplo que tá na boca da galera é o "qualquer um escreve". Realmente é verdade, mas nesse lance de escrever por escrever já temos nossa cota de incompetentes, pra quê mais?!

Um vacilo geral que me parece irreversível (espero estar errado).

Quando me formar em jornalismo (sim, ainda pretendo), vou pegar meu diploma e escrever uma carta no verso dele e encaminhar para o senhor Mendes mandando ele tomar no meio do cu.

E bem tomado.

2 comentários:

tiago torres disse...

acho muito engraçado jornalistas (futuramente) diplomados ficarem sem argumento algum em momento tão vital para suas vidas... hilário mesmo. porém, pensem bem: é diferente o médico do jornalista, claro que é. qualquer um escreve, e não é um diploma que vai melhorar ou piorar tais habilidades. ou hoje em dia não vemos jornalismo ruim? não vemos notícias tendenciosas? não vemos fontes furadas? claro que sim... e todas essas mazelas do atual jornalismo são criadas por pessoas que, pasmem!, têm diploma. fala-se como se o diploma fosse dar ética ao repórter, bom-senso ao fotógrafo e qualidade à notícia... isso obviamente não acontece. exemplo pessoal: lembro de, no protesto contra a impunidade do acidente do 3054, ver um grupo de familiares de vítimas se abraçando - prontamente cercados por fotógrafos, que não podiam deixar de registar um momento de desgraça humana. e esses abutres tinham diploma, quem diria! aposto que até cursaram a cadeira "ética em jornalismo", e tiraram A com menção honrosa. a verdade é que nada vai mudar: a informação vai continuar parcial e ideológica, as empresas vão continuar contratando os mais capacitados e competentes, o gilmar mendes vai continuar tendo "capangas no maranhão"... nada vai mudar, mesmo. a única coisa que muda é o barulho dos estudantes que, assustados de perderem sua adorada reserva de mercado, sentem medo daqueles que, mesmo sem diploma, têm mais capacidade. acho engraçado. ou, como o autor do blog genialmente disse, acho um "vacilo geral"...

Luciano disse...

Ao Tiago;
Acho que te enganas quando dizes que não temos argumentos. Embora meu colega tenha escrito pouco, não há de se negar que esteja certo em vários aspectos. Talvez a comparação com medicina não valha, mas então pense num advogado ou mesmo um psicólogo. Se é assim, podemos todos pegar livros, estudar por conta e começar a advocar e tratar pacientes.
Vês os fotógrafos como abutres? Se vês assim, talvez, mas faz parte da profissão. A meta é retratar tudo, repassar informação. Óbvio que isso deve ser feito com ética e todo o resto que vem junto com o diploma, mas quem não leva adiante isso, não é o canudo que vai melhorar (ou piorar) a situação. Não entrarei no mérito do que é certo ou errado baseado em apenas um momento - assim, ficaríamos uma eternidade discutindo TODAS as profissões.
E também fico longe de discutir que o diploma é garantia de bons profissionais. Não é, nunca foi para NENHUMA profissão. Mas não há como contestar de que alguém com um ensino no mínimo BOM tem mais chances de ser melhor do que alguém que não teve NENHUM.
A decisão do Sr. Gilmar e os oito que votaram, na minha visão, é recalque. Mas não há de ser nada. Acho que, agora sim, as faculdades terão mais valor, pois talvez agora a educação seja melhorada. Talvez. Como disse um amigo meu, explicando a situação: "Então um pipoqueiro pode pegar meu lugar? Bom, se em 4 anos estudando você não escreve melhor do que o pipoqueiro que nunca estudou pra isso, SIM, ele DEVE pegar teu lugar"
O que indigna é uma profissão ter sido cancelada assim, baseada em dizeres que só se apliquem, segundo os juízes, a ela - o que não é verdade. Será que eles topariam pelo fim do diploma de Direito? Pois é, eu também acho que não.