quinta-feira, 13 de março de 2008

Tinha que ser o álcool mesmo...

Diariamente, podemos constatar como o álcool se torna um dos principais responsáveis pra toda e qualquer tipo de barbárie. A pessoa física em si, sempre vem em segundo plano. Claro, não podia deixar de ser diferente, "se não lembro, não fiz", diria alguém. Não um poeta. Não é uma frase de impacto, muito menos que faça alguém matutar por mais de 20 segundos.
Mas a treta da semana não é sobre poetas ou frases impactantes. Tem um pouco a ver com pessoas que não lembram o que fizeram no dia anterior e muito a ver com o álcool. Esse sim o carro-chefe da treta.
Enquanto saboreava uma bela de uma Polar (com gotinha d'água percorrendo a lata e tudo mais), olhava as últimas notícias do portal www.zerohora.com, a versão on-line do jornal de maior circulação do Sul do país. Deparei-me, então, com uma reles notícia esportiva. Em meio a notícias de maior importância que estampavam a index do site, como a perda de uma ação milionária solicitada por Marcos Valério contra o PT e o retorno de Ubirajara Macalão à Assembléia Legislativa, justo essa reles nota esportiva chamou minha atenção.
A manchete dizia: "Jogos no Olímpico terão segurança especial". Curioso, fui ler a matéria na íntegra. Me arrependi. Mesmo com toda a experiência jornalística que possui o repórter Luis Henrique Benfica, notei que falta uma espécie de "experiência de vivência", pode-se assim chamar, pois acabei de inventar essa expressão e dou o nome que quiser. A matéria em si, trata de uma ação que envolve o Grêmio F.B.P.A, a EPTC, a Brigada Militar e as empresas de transportes públicos, onde é defendido que eventos que contem com mais de 20 mil torcedores sejam administrados por uma "medida especial de segurança". É justamente o termo "especial" que preocupa. Segue um trecho escrito pelo próprio repórter retirado da nota:

"Um dos objetivos das novas medidas é limitar a circulação de pessoas nas imediações do Bar Preliminar, local de concentração nem sempre pacífica de torcedores."

Agora, somente resta perguntar a esse cidadão se ele já esteve, alguma vez na vida, nas imediações do Bar Preliminar. Pronto! Encontramos, nessa frase, a carência da "experiência de vivência", que havia referido anteriormente. Sou freqüentador assíduo do Preliminar em dias de jogos e nunca testemunhei uma "concentração nem sempre pacífica de torcedores", como o repórter cita na matéria. Não vinda de torcedores contra torcedores. O que se deve colocar em pauta é o trabalho feito pela Brigada Militar. É comum, principalmente em dias de jogos importantes, ver pais arrastando suas crianças para que não sofram agressão física, enquanto brigadianos desferem golpes de espada nas costas de quem se oferece a recebê-los, como se fossem samurais do século XXI. Ao que tudo indica, querem mostrar autoridade, e é aí que entram em campo os rebeldes que atiram pedras e tijolos. De forma alguma isento atitudes desse tipo de torcedor, mas também não posso isentar a culpa da Brigada Militar, o que comumente é feito em grandes veículos de comunicação. Será que o mais fraco sempre será o vilão? Segundo o tenente-coronel Angelo Antônio Vieira, comandante do 1º BPM, responsável pelo policiamento fora do estádio, as maiores tretas ocorrem devido à ingestão desmedida de álcool. Mas o engraçado é que não vejo nenhum torcedor bêbado confrontando-se com outro, mas sim contra uma polícia que investe com bombas de gás e tiros de bala de borracha. Isso, sã, sem ter ingerido uma única gota de álcool. No último Gre-Nal no Estádio Olímpico, por exemplo, policiais bateram até mesmo em quem estava dentro do pátio do estádio. Em segurança, teoricamente. Porém, o problema não era o bar, que oferece bebida e deixa todo mundo muito louco? O que faziam batendo em crianças e idosos dentro do pátio?
Não sou absolutamente ninguém para dar conselhos para pessoas que possuem uma vasta experiência no Jornalismo, mas uma coisa que aprendi no curso é que se tu não sabes sobre um assunto e pretendes falar nele, tu deves interar-se completamente no tema para não falares algo que não possui vínculo nenhum com a realidade. Podes tentar fazer isso, caro futuro colega.



Abaixo, segue um vídeo retirado do Youtube, feito pelo usuário "robertopaz20" que mostra um pequeno trecho do trabalho da BM no jogo. Pra quem não conhece o Olímpico, esse local é o Quadro Social, e está localizado dentro do pátio do estádio e não no "local de concentração nem sempre pacífica de torcedores". Isso ninguém viu na RBSTV.



2 comentários:

Bey. disse...

Palmas! Palmas! Palmas! Palmas!
Muito bom o texto, bom mesmo.

Acho que aqui é um lugar muito importante pra nós, porque além de exercitarmos a alma jornalística, podemos aqui dar outras interpretações dos "causos" que são retratados, e diga-se muitas vezes mal retratados, pela grande pequena mídia. Grande no tamanho e pequena na função. Acho que é esse é o caminho colega! hihihihihi

Unknown disse...

"local de concentração nem sempre pacífica de torcedores".

Como frequentador da citada área, junto com o blogueiro em questão, nunca vi acontecimentos de violência que não sejam causados, começados, enfim, pela Brigada Militar...
Quem está nas imediações do bar, está lá para se encontrar com os amigos, tomar uma cerveja, ensaiar uma "festa" para vibrar com seu time dentro do estádio...
Se quem representa a autoridade deveria manter a ordem, acho que fazem o contrário pois não satisfeitos em verem as pessoas felizes, confraternizando com amigos, justamente são estes que sempre enxergam alguma coisa errada e que dão início as confusões que sempre são divulgadas na imprensa...
Quem deve apanhar é bandido que mata e rouba, não pessoas de bem que fazem do futebol sua maior diversão para tentar esquecer os problemas dos dias de hoje !
Se está meio confuso, ok, mas a idéia está clara...